viernes, 19 de marzo de 2010

Srinivasa Acarya - Satyaraja Dasa

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Giridhari Das















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Srinivasa Acarya: A Corporificação do Amor do Senhor Caitanya

Srinivasa Acarya: The Embodiment of Lord Caitanya’s Love

por Satyaraja Dasa

(parte 1 de 3)


Srinivasa Acarya é uma das personalidades mais importantes na história religiosa da Bengala, possivelmente o instrutor Vaisnava mais importante na geração imediatamente seguinte a Sri Caitanya Mahaprabhu. Ele é lembrado principalmente como o ilustre discípulo de Gopala Bhatta Gosvami e Jiva Gosvami. Seus feitos incluem o transporte dos escritos dos Gosvamis de Vrndavana para a Bengala, a conversão do rei Birhambir ao Vaisnavismo, e a criação do estilo Manohar Soy de kirtana. Em Kheturi, Bengala, ele co-organizou o primeiro festival de Gaura Purnima (a celebração do dia do aparecimento de Caitanya Mahaprabhu neste mundo), ao qual compareceram Narottama, Syamananda e milhares de outros Vaisnavas.

Os Pais de Srinivasa

Os pais de Srinivasa Acarya – o brahmana Gangadhara Bhattacarya e sua esposa, Laksmi-priya – viviam na pequena vila de Chakhandi, às margens do Ganges no distrito Burdwan da Bengala. Eles ansiavam por criar uma criança que, quando maior, fosse um grande devoto, mas, até o nascimento de Srinivasa, foram um casal sem filhos por muitos anos.

O próprio Gangadhara era um grande devoto do Avatara Dourado, o Senhor Caitanya Mahaprabhu, a encarnação de Sri Sri Radha e Krsna predita nas escritas. O Senhor Caitanya havia aparecido em Navadvipa e estava atualmente no mundo. Gangadhara dedicava muito de seu tempo ouvindo e recontando as histórias dos passatempos (lila) do Senhor Caitanya com os associados íntimos do Senhor. Ele queria ver o Senhor Caitanya, mas obrigações familiares mantinham-no em casa; ele, em virtude disso, decidiu meditar no Senhor em separação. No ano de 1510, no entanto, ele não mais foi capaz de tolerar a separação. Ele partiu para Navadvipa a fim de ver o Senhor de sua vida. Após apenas 11 quilômetros, tendo chegado à vila de Katwa, foi informado de que o Nimai de Nadiya – Caitanya Mahaprabhu – estava exatamente naquela vila aceitando sannyasa, a ordem renunciada de vida.

“O quê?”, exclamou Gangadhara. “Por que o meu Senhor deveria aceitar a ordem renunciada? Essa austeridade é reservada a seres humanos como eu, a fim de que possamos superar nossos apegos deste mundo. Certamente não há necessidade alguma para Sri Nimai, a Suprema Personalidade de Deus, viver a severa vida de uma asceta”.

Mas os recatos de Gangadhara misturavam-se com empolgação: Ele muito em breve veria o seu Senhor face a face. Quando se aproximou da arena sacrificial onde Sri Nimai estava recebendo sannyasa, ele viu os associados íntimos do Senhor – Nityananda Prabhu, Candrasekhara Acarya, Mukunda Datta e muitos outros. Ele viu Madhu Sila, o barbeiro, preparando-se para cortar os belos cachos de Nimai, cachos negros como as plumas de corvos.

“Não!”, os espectadores diziam. “Por favor, pare!”. Eles, assim como Gangadhara, não podiam conceber o Senhor na ordem renunciada de vida. Mesmo Madhu, que teve a boa fortuna de tocar a cabeça do Senhor, foi capaz de cortar-Lhe o cabelo unicamente por uma questão de dever, o que fez chorando profusamente. Madhu e os demais sabiam que o Senhor havia decidido estabelecer um exemplo para todo o mundo religioso e que havia decidido enfatizar a importância da renúncia. Não havia nada que pudessem fazer.

Caitanya Dasa

Kesava Bharati, o sannyasa-guru, deu a Nimai Seu novo nome de sannyasa: Sri Krsna Caitanya. A multidão estava em choque: “O belíssimo Nimai está realmente aceitando sannyasa!”. As pessoas presentes não podiam acreditar em seus olhos, a partir dos quais lágrimas fluíam incessantemente. Mas o ato estava feito.

Madhu desmaiou. Por que raspara a cabeça do Senhor? Era como se ele houvesse sido controlado pela mão do próprio Senhor a fim de satisfazer o desejo do próprio Senhor. “Caitanya! Caitanya!”, dizia Gangadhara Bhattacarya para si mesmo. “Caitanya! Caitanya! Caitanya!”, ele repetia vezes e mais vezes. Seus olhos contemplavam em súplica todos ali presentes: ele queria entender o que havia acabado de acontecer, mas tudo o que ele podia fazer era murmurar em um estupor de emoções confusas.

Gangadhara viu-se exclamando alto os nomes do Senhor perdido em um entusiasmo incontrolável: “Caitanya! Sri Krsna Caitanya! Sri Krsna Caitanya!”.

Ele retornou para Chakhandi, parcialmente louco em razão do êxtase, incapaz de parar de repetir os nomes do Senhor. Ele contou à sua esposa o que acontecera, e ela também foi subjugada por intenso êxtase. À medida que os dias passavam, o êxtase deles crescia, e toda a pequena cidade de Chakhandi maravilhou-se com a transformação de Gangadhara. Vendo a absorção de Gangadhara no nome de Sri Caitanya, sua esposa e demais conterrâneos passaram a chamá-lo de Caitanya Dasa.

Viagem a Puri

Caitanya Dasa e sua esposa foram a Jagannatha Puri, para onde o Senhor Caitanya havia ido após a aceitação da ordem renunciada. Quando o casal chegou, os dois foram até Sri Caitanya e se renderam a Seus pés.

“O Senhor Jagannatha está muito feliz que vocês tenham vindo aqui”, o Senhor disse. “Vão ao templo e vejam Sua forma de Deidade. O Senhor de olhos de lótus é extremamente misericordioso; portanto, por favor, vão vê-lO”. Govinda, o servo pessoal do Senhor Caitanya, acompanhou Caitanya Dasa e sua esposa ao templo, onde ofereceram muitas orações aos pés do Senhor Jagannatha. Derramando lágrimas de amor divino, o contente casal de brahmanas foi logo conduzido às luxuosas acomodações que o Senhor Caitanya lhes havia providenciado. Eles passaram muitos dias felizes com Sri Caitanya em Jagannatha Puri.

Um dia, o Senhor Caitanya disse ao Seu servo acerca de Seus planos para o casal. “Govinda”, o Senhor disse, “embora Caitanya Dasa e sua esposa não tenham mencionado isso coMigo, sei que eles gostariam de ter um filho. Eles disseram isso diante do Senhor Jagannatha, que não é diferente de Mim. Eles oraram com sinceridade, e Eu conheço seus corações. O filho deles se fará presente em breve. Seu nome será Srinivasa, e ele será um filho maravilhosamente belo. Através de Rupa e Sanatana, manifestarei as escrituras devocionais, e, através de Srinivasa, Eu as distribuirei. Caitanya Dasa e sua esposa devem retornar sem demora para Chakandhi”.

O Aparecimento de Srinivasa

Em Chakhandi, o casal teve um belo bebê, a quem deram o nome de Srinivasa. Ele nasceu na segunda ou terceira década do século XVI, sob a auspiciosa lua cheia do mês de Vaisakha (abril e maio). O pai de Laksmi Priya, Balarama Vipra, um exímio astrólogo, disse ao feliz casal que seu filho era um maha-purusa, uma alma divinamente dotada de poder. O menino possuía peito amplo e um nariz longo e elegante, e seus belos olhos alongavam-se como pétalas de lótus. Assim como o Senhor Caitanya, era possuidor de um lustre corpóreo similar ao ouro derretido e possuidor de braços que se estendiam até seus joelhos. De acordo com o costume, Caitanya Dasa e Laksmi Priya deram caridade aos brahmanas, e os brahmanas abençoaram a criança.

A Juventude de Srinivasa

Laksmi Priya cantava constantemente as glórias do Senhor Caitanya nos ouvidos da criança, e os sons melodiosos tornavam-na jubilante. À medida que crescia, aprendeu a cantar os nomes do Senhor Caitanya e de Radha-Krsna. Logo esta pequena lua crescente de nome Srinivasa tornou-se cheia e passou a ser conhecido como o garoto mais belo e brilhante de Chakhandi. Ele estudou sob a tutela do famoso Dhananjaya Vidyavacaspati, que o ensinou todos os ramos do saber Védico, como religião, lógica, poesia, ciência política, gramática e aiurveda.

Segundo o Prema-vilasa, Dhananjaya Vidyavacaspati disse não ter nada a ensinar a Srinivasa. O Prema-vilasa também relata que a deusa da educação apareceu a Srinivasa em um sonho e lhe disse que o faria proficiente em todas as áreas do saber, especialmente nas escrituras. De todo modo, Srinivasa tornou-se conhecido como o aluno de ouro de Dhananjaya Vidyavacaspati, e, como tal, era o orgulho de Chakhandi. Srinivasa era amado por todas as pessoas da pequena cidade, as quais o viam como uma pedra preciosa.

Narahari Sarakara Thakura

Devido à popularidade de Srinivasa, ele se encontrou com Narahari Sarakara, um associado íntimo do Senhor Caitanya de Srikhanda, uma localidade próxima. A intensa devoção de Narahari Sarakara havia satisfeito o Senhor Caitanya, e Narahari tinha a distinção de ser autorizado a cantar as glórias do Senhor na presença do Senhor, conquanto Ele, por humildade, não deixasse ninguém mais fazer isso. Essa distinção impressionou o jovem Srinivasa, que aceitou Sri Narahari como seu primeiro guru instrutor.

Após ter-se encontrado com Narahari Sarakara, Srinivasa começou a manifestar sinais de êxtase. Narahari disse a Srinivasa que fosse a Puri para ver Sri Caitanya Mahaprabhu. Enquanto Srinivasa considerava como executar a instrução, seu pai partiu deste mundo mortal após sete dias de febre. Foi um choque para a família, e Srinivasa fez tudo o que pôde para consolar sua mãe.

Enquanto isso, o onisciente Sri Caitanya Mahaprabhu estava preparando Seus associados para a chegada de Srinivasa. Ele já havia escrito aos gosvamis Rupa, Sanatana e Gopala Bhatta solicitando-os a ensinarem a Srinivasa a vida espiritual. E Ele pediu a Gadadhara Pandita, em Jagannatha Puri, para ensinar a Srinivasa o Srimad-Bhagavatam.

Narahari Sarakara aconselhou Srinivasa a ajudar a cuidar de sua mãe em Jajigram, para onde o pai dela e seus irmãos, deixando Chakhandi, haviam se mudado. De lá, Srinivasa então procederia para Puri a fim de associar-se com o Senhor Caitanya. Srinivasa pediu a Narahari que o iniciasse no cantar do nome de Krsna, mas Narahari disse-lhe que o desejo do Senhor Caitanya era que ele fosse iniciado por Gopala Bhatta Gosvami.

O Encontro com Gadadhara Pandita

Ainda menino, Srinivasa partiu com um acompanhante rumo a Puri, No percurso, tomou conhecimento de que Sri Caitanya havia deixado este mundo. Então, o Senhor Caitanya – juntamente com Nityananda Prabhu, que também havia partido – apareceu para Srinivasa “sob o pretexto de um sonho” e consolou-o. O seguimento sopna chaley, “sob o pretexto de um sonho”, aparece frequentemente na literatura bengali do período, e seu significa é comumente aceito como “em uma visão espiritual”.

A despeito disso, Srinivasa prosseguia aflitíssimo. Ele foi para o templo de Gopinatha, em Puri, para refugiar-se em Gadadhara Pandita. O pandita foi sobrepujado pela saudade do Senhor Caitanya, e lágrimas eram sempre derramadas de seus olhos. Srinivasa curvou-se aos pés de Sri Gadadhara e apresentou-se.

Gadadhara Pandita alegrou-se imensamente. “Estou feliz de que tenha vindo e se apresentado”, ele disse. “Logo antes de partir, Caitanya Mahaprabhu disse que eu deveria ensinar-lhe o Bhagavatam. Ele sabia que você chegaria a Puri algum dia, e pediu-me que lhe explicasse a Krsna-lila”.

O júbilo de Gadadhara Pandita – decorrente de que ele agora podia cumprir a ordem do Senhor – novamente tornou-se tristeza. “Eu não posso lhe ensinar o Bhagavatam desta vez, jovem Srinivasa”, ele disse, “pois o manuscrito em minha posse tornou-se completamente ilegível devido às lágrimas que derramei sobre suas páginas”.

Srinivasa tocou o livro sagrado em sua cabeça e sentiu grande êxtase nascer dentro de si. Contudo, persistia o problema de estudar um livro que estava ilegível. Sri Gadadhara e Srinivasa, todavia, não se deixariam abalar. A vontade de Mahaprabhu não podia ser obstruída. Sri Gadadhara enviou uma mensagem a Narahari Sarakara na Bengala pedindo-lhe que conseguisse outro manuscrito do Srimad-Bhagavatam. Narahari respondeu que outra cópia estava disponível, e que um mensageiro deveria ser enviado imediatamente. Gadadhara enviou o próprio Srinivasa e disse-lhe que se apressasse, pois a separação do Senhor Caitanya era intolerável, ele disse, e ele não sabia por quanto tempo poderia permanecer neste mundo.

Antes de partir, Srinivasa satisfez seu desejo há muito acalentado de ver os associados do Senhor Caitanya. Ele foi à casa de Ramananda Raya, Sikhi Mahiti, Sarvabhauma Bhattacarya, Vakresvara Pandita, Paramananda Puri, Gopinatha Acarya e muitos outros. Ele também foi ver o rei Prataparudra, mas, de acordo com o Bhakti-ratnakara, o rei havia se isolado para lamentar a partida do Senhor.

Gaura-sakti

Srinivasa lembrava as grandes personalidades em Puri do Senhor Caitanya. Diante de seu amor ao Supremo, amor este intenso e sem precedentes, os devotos puderam entender que ele era Gaura-sakti, a corporificação da energia de Caitanya Mahaprabhu. De acordo com o Prema-vilasa, Srinivasa é uma encarnação do êxtase do Senhor Caitanya. Os associados íntimos do Senhor puderam naturalmente perceber isso, e puderam entender que, através de Srinivasa, a mensagem eterna do Senhor Caitanya – a mensagem da literatura Védica – seria amplamente distribuída.

O Senhor Caitanya violara a tranca do armazém do néctareo amor a Deus, e os Gosvamis, por meio da escrita de livros, pegaram esse néctar e depositaram-no em recipientes tangíveis. Srinivasa se certificaria de que tais recipientes circulassem por entre todas as almas sinceras. Os associados íntimos do Senhor deram a Srinivasa instruções e conselhos referentes a como cumprir a missão.

Quando Srinivasa chegou à Bengala e recebeu a cópia do Bhagavatam de Narahari Sarakara Thakura, ficou sabendo que Gadadhara Pandita havia partido deste mundo. A notícia foi-lhe terrível, e Srinivasa agoniou-se. Gadadhara Pandita então apareceu para ele sob o pretexto de um sonho e o encorajou a seguir em frente.

Srinivasa refletiu acerca da vontade inconcebível do Senhor. Por que o Senhor lhe havia tirado aquele que lhe ensinaria o Bhagavatam? Havia um novo plano? Havia outra pessoa que lhe ensinaria as escrituras sagradas? Alguns dizem que Srinivasa permaneceu desalentado por esse período, mas pouco se sabe sobre os anos que se seguiram à partida de Sri Gadadhara deste mundo. Em geral, acredita-se que Srinivasa passou esse tempo primeiramente em um estado descorçoado e então em séria meditação. Ele provavelmente deu continuidade aos seus estudos, visto que sequer havia chegado aos vintes anos de idade.

Quando Sri Jahnava Devi, a esposa de Nityananda Prabhu, foi para Vrndavana, Rupa Gosvami pediu a ela que enviasse Srinivasa para Vrndavana tão brevemente quanto possível. Em seu retorno à Bengala, ela entregou a mensagem a Narahari. Sri Caitanya havia pedido aos Gosvamis de Vraja que treinassem Srinivasa, e Narahari o aconselhou a se apressar para Vrndavana de modo que o comando do Senhor não fosse descumprido. A solicitação intensificou o desejo de Srinivasa de estudar a literatura de bhakti com Rupa e Sanatana. Caso houvesse partido então para Vrndavana, teria se encontrado com Rupa e Sanatana. Ele, entretanto, decidiu visitar ascasas dos principais associados do Senhor Caitanya pelo caminho, parando também em Navadvipa a fim de visitar a casa de Sri Caitanya.

A Associação com os Devotos de Navadvipa

Esta foi a segunda vez em que Srinivasa adiou uma viagem: primeiro, a viajem para encontrar-se com Gadadhara Pandita, e agora, Rupa e Sanatana. Talvez o entusiasmo de Srinivasa por se associar com os seguidores diretos do Senhor Caitanya em Puri e em Navadvipa fosse tão intenso que ele era incapaz de atender aos conselhos de seus antepassados. Alguns dizem que tudo isso era a vontade da providência, que arranjava tudo de modo que Srinivasa fosse iniciado por Gopala Bhatta Gosvami. Outros dizem que Srinivasa, mediante seu exemplo, estava ensinando a importância da peregrinação e da associação com os devotos.

Srinivasa fascinou-se com a residência de Sri Caitanya em Navadvipa (Mayapur), onde se encontrou com Visnu Priya Devi, a venerável viúva do Senhor, e os estimados servos dela, Vamsivadana Thakura e Isana Prabhu. Todos eles abençoaram Srinivasa, que permaneceu com eles por consideráveis dias ouvindo os passatempos do Senhor Caitanya.

Durante esses dias, ele viu Visnu Priya Devi executar severas austeridades. Ela, por exemplo, cantava o maha-mantra – Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare – para cada grão de arroz que fosse comer. Uma vez concluído o seu cantar diário, ela comia somente os grãos que haviam sido separados dessa maneira.

“Com efeito”, Srinivasa disse, “essa é uma esposa digna de Sri Caitanya”.

Srinivasa também se encontrou com Damodara Pandita, Suklambara, Murari Gupta e outros amigos antigos e íntimos do Senhor Caitanya em Navadvipa. De lá, Srinivasa foi para Santipura, onde foi calorosamente recebido pela esposa de Sri Advaita, Sita Thakurani, e por Acyuta e Gopala, filhos dela.

Srinivasa se Encontra com Jahnava Devi

Srinivasa então visitou a casa de Nityananda Prabhu em Khardaha, onde Jahnava Devi, o filho dela de nome Birabhadra e outros saudaram-no como se fosse parte da família. Jahnava Devi, todavia, encorajou-o a partir para Vrndavana sem demora, porque Rupa e Sanatana logo se juntariam ao Senhor no mundo espiritual.

No caminho para Vrndavana, Srinivasa parou na casa do famoso Abhirama Thakura em Khanakul Krsna-nagar a fim de entregar uma carta de Jahnava Devi. O Thakura recebeu-o com três amáveis golpes de um chicote extraordinário, mas essa saudação incomum era, na verdade, uma bênção. O chicote, conhecido como Jai Mangala, outorgava amor a Deus a qualquer um tocado por ele. Sri Abhirama e sua esposa, Malini, desenvolveram profunda afeição por Srinivasa. Não apenas abençoaram-no com seu famoso chicote, mas também lhe deram valiosas instruções e reiteraram a importância de que ele fosse para Vrndavana tão brevemente quanto possível.

Prosseguindo com sua viagem, Srinivasa parou em Katwa, onde seu pai havia visto o Senhor Caitanya adotar a ordem renunciada. Em seguida, ele passou por Agradvipa, onde os três famosos irmãos Ghosh – Vasudeva, Govinda e Madhava – haviam estabelecido seu templo, e então ele procedeu para Ekacakra, a terra natal de Nityananda Prabhu. Finalmente, Srinivasa fez uma última parada em Jajigram para dar adeus à sua idosa mãe e para visitar Narahari Sarakara, seu amado guru. Narahari estava preocupado com o adiamento de Srinivasa no atinente à sua ida para Vrndavana, em virtude do que lhe pediu que partisse imediatamente.

Então, sem mais nenhum tardar, Srinivasa colocou-se a caminho de Vraja, agora já adulto.

A Viagem para Vraja

Neste ínterim, Sanatana Gosvami deixou este mundo mortal, e Rupa Gosvami não poderia suportar essa separação. Sri Rupa sentia que ele também não sobreviveria para instruir Srinivasa, em razão do que pediu a seu distinto discípulo (e sobrinho) Jiva Gosvami que cuidasse de Srinivasa. Viajar naquele tempo, na maioria das vezes a pé, era algo difícil. Srinivasa, porém, progrediu com determinação, parando brevemente no caminho para Benares a fim de visitar a casa de Candrasekhara Acarya, onde o Senhor Caitanya vivera por dois meses. Ali, Srinivasa encontrou um idoso discípulo de Candrasekhara, que o convidou para uma refeição e o levou aos lugares associados a Sri Caitanya.

Em seguida, Srinivasa chegou a Prayag (conhecida hoje como Allahabad), onde passou a noite. Quatro dias antes de chegar a Vrndavana, tomou conhecimento de que Sanatana havia falecido quatro meses atrás. E quando chegou a Mathura, chegou ao seu conhecimento de que Rupa Gosvami havia deixado este mundo há três dias apenas. Srinivasa caiu ao chão, chorando como um louco. Ele sentia-se a pessoa mais desafortunada de todo o universo. Ele não havia conseguido encontrar-se com o Senhor Caitanya, e tampouco conseguira estudar o Bhagavatam com Gadadhara Pandita. Agora, fracassou em encontrar-se com Rupa e Sanatana.

Enquanto Srinivasa permanecia sentado sob uma árvore desejando a morte para si mesmo, Rupa e Sanatana apareceram diante dele sob o pretexto de um sonho e disseram-lhe que ele era a corporificação do amor do Senhor Caitanya. Eles encorajaram-no a proceder para Vrndavana para refugiar-se em Gopala Bhatta Gosvami e estudar sob a guia de Sri Jiva com toda sua vida e alma.

Tradução de Bhagavan dasa (DvS) – Outras traduções disponíveis em
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Srinivasa Acarya: A Corporificação do Amor do Senhor Caitanya

Srinivasa Acarya: The Embodiment of Lord Caitanya’s Love

por Satyaraja Dasa

(parte 2 de 3)

Os Gosvamis Jiva e Gopala Bhatta

As palavras de Sri Sanatana e Rupa aliviaram de algum modo o pesaroso coração de Srinivasa. Ele se viu novamente capaz de viajar, e logo sentiu a poeira de Vrndavana sob seus pés. Ele dirigiu-se ao templo Govinda-deva de Rupa Gosvami com a esperança de encontrar mais consolo aos pés de lótus do Senhor Govinda.

Srinivasa estava sentado diante da Deidade quando Jiva Gosvami e seus muitos seguidores entraram no templo. Srinivasa apresentou-se, e Sri Jiva o recebeu com calorosa e amável hospitalidade. Srinivasa passou a noite nas confortáveis acomodações do templo de Sri Jiva, o Sri Sri Radha-Damodara. No dia seguinte, Srinivasa ofereceu suas homenagens à tumba de Sri Rupa no pátio do templo.

Jiva então apresentou Srinivasa a Gopala Bhatta Gosvami, que o saudou com gentis palavras e expressou seu desapontamento com o fato de Srinivasa não ter chegado anteriormente, visto que Rupa e Sanatana haviam ansiado por se encontrarem com ele. Gopala Bhatta levou Srinivasa para o seu templo Radha-Ramana e lá pediu à Deidade que o abençoasse. Gopala Bhatta Gosvami e Jiva Gosvami gradualmente apresentaram Srinivasa aos habitantes de Vraja.

Narottama e Duhkhi Krsnadasa

Gopala Bhatta Gosvami iniciou Srinivasa e o educou. E uma vez que Jiva Gosvami era o filósofo Vaisnava preeminente no período, Gopala Bhatta encaminhou Srinivasa para ele, que dele receberia instrução superior, tudo em consonância com os desejos do Senhor Caitanya e dos gosvamis Rupa e Sanatana. O Prema-vilasa declara que Sri Jiva cuidou de Srinivasa e lhe forneceu meticulosa educação espiritual.

Outro jovem estudioso, o ilustre Narottama, já estudava sob a tutela de Jiva há um ano quando Srinivasa chegou a Vrndavana. Narottama havia sido iniciado por Lokanatha Gosvami, que então foi enviado para Sri Jiva para que recebesse instruções espirituais adicionais. Então veio o jovem Duhkhi Krsnadasa, enviado por seu guru, Hridaya Caitanya. Os três jovens devotos estudaram sob a direção de Jiva Gosvami com extremo entusiasmo e se tornaram seus melhores estudantes. Eles eram amplamente conhecidos como amigos inseparáveis. Jiva Gosvami ordenou-lhes que estudassem as florestas de Vrndavana com Raghava Pandita, que conhecia todos os bosques sagrados e seus significados.

Por fim, Srinivasa, Narottama e Duhkhi Krsnadasa receberam uma missão especial. Eles distribuiriam os livros dos Gosvamis – as escrituras de bhakti-rasa – na Bengala e em outras regiões. O Vaisnavismo foi amplamente acolhido na Bengala, mas faltavam livros explicando a filosofia Vaisnava. A esposa de Nityananda Prabhu, Jahnava Devi, havia visitado Rupa e Sanatana em Vrndavana alguns anos atrás e estava bem ciente da literatura espiritual prolífica que os Gosvamis de Vrndavana estavam produzindo, em conseqüência do que contatou Jiva Gosvami e sugeriu que os livros fossem enviados para a Bengala. Para cumprir a solicitação, Sri Jiva convocou seus três melhores homens.

A Missão Tem Início

Em uma grande assembléia de Vaisnavas, Sri Jiva chamou Narottama Dasa e declarou diante de todos: “Deste dia em diante, você será conhecido como Narottama Thakura Mahasaya”. Ele então chamou Srinivasa: “Você será conhecido como Srinivasa Acarya”. E, finalmente, Duhkhi Krsnadasa: “Porque você leva tanto prazer [ananda] a Radharani [Syama], você, de hoje em diante, terá o nome Syamananda”. Sri Jiva então lhes falou sobre sua missão a ser desempenhada na Bengala, na Orissa e em outras províncias da Índia.

Srinivasa, Narottama e Syamananda não queriam deixar Vrndavana, mas entenderam a importância de sua missão. Eles foram até seus gurus iniciadores, que os abençoaram incutindo-lhes o entusiasmo necessário para a tarefa.

Sri Jiva começou os preparativos para a longa e árdua viagem. Aqueles devotos eram seus melhores alunos, e ele não abriria mão de nada que pudesse fazer pelo bem deles. Ele possuía um discípulo de Mathura que era um mercador abastado, o qual, ao pedido de Jiva, forneceu uma grande carroça, quatro bois fortes e dez guardas armados. Os manuscritos – as obras originais de Rupa, Sanatana, Gopala Bhatta, Raghunatha Dasa, Jiva e outros – foram colocados em um grande baú de madeira, que foi aferrolhado e coberto por um tecido encerado. Sri Jiva também conseguiu um passaporte especial do rei de Jaipur, o qual seus três alunos teriam de apresentar em sua viagem para a Índia oriental. Srinivasa, Narottama e Syamananda então deixaram
Vrndavana.

A Viagem para a Bengala

Pelo começo da viagem, Sri Jiva e muitos outros devotos os acompanharam, incapazes de suportar a separação. Quando a caravana começou a chegar próxima a Agra, os benquerentes ficaram para trás. Agora a viagem já estava em curso; não poderia haver mais volta.

Passados muitos meses, o grupo chegou a uma pequena vila de nome Gopalapura, dentro dos limites imediatos do reino Malla de Vana Visnupura, na Bengala. Quando se recolheram naquela noite, eles se sentiam seguros de que sua missão estava quase completa.

Visnupura localiza-se no distrito de Birbhum, limitada ao norte por Santhal Pargannas, e, ao sul, por Midnapura. O rei de Visnupura, Virhamvir, era o líder de um poderoso grupo de bandidos que era o terror das terras vizinhas. Ele havia empregado um grande número de tugues e assassinos, que infestavam as estradas e matavam e roubavam os viandantes. Os astrólogos da corte estavam sempre prontos para lhe apresentar comunicados confidenciais atinentes a que fortunas as estrelas lhe concederiam caso ele ordenasse furtos em localidades em particular.

O Roubo dos Livros

O grupo de ladrões armados do rei seguia a carroça à distância. Essa carroça era de especial interesse para eles devido a que os astrólogos do rei haviam dito que nela se encontrava um grande tesouro. Malgrado os ladrões já terem seguido a carroça por uma considerável distância, eles consideraram prudente aguardar até que a carroça chegasse ao seu próprio reino.

Os bandidos viram que apenas quinze homens acompanhavam a carroça – dez soldados armados, dois carroceiros e três homens santos. O grupo de bandidos, que somava mais de duzentos homens, estimulavam a imaginação uns dos outros com as palavras dos astrólogos: “Essa carroça está repleta de jóias mais valiosas do que ouro”. Eles quase surpreenderam o grupo em uma vila de nome Tamar, mas as circunstância não permitiram a abordagem. Eles seguiram o grupo ao longo das cidades de Raghunathapura e Pancavati. Finalmente, em Gopalapura, o grupo passou a noite próximos a um belo lago. Todos os quinze homens dormiram profundamente, cansados em virtude da viagem. Ao acordarem, seu pior pesadelo havia se tornado verdade: os manuscritos haviam sido roubados!

Eles não foram capazes de conter suas lágrimas. Srinivasa, o líder do grupo, aconselhou Narottama e Syamananda a procederem para a Bengala e para a Orissa com os ensinamentos dos seis Gosvamis. Ele se encarregaria de reaver os manuscrito. Srinivasa escreveu a Jiva Gosvami e contou-lhe tudo o que acontecera.

O Arrependimento do Rei

Neste ínterim, enquanto o rei Virhamvir vasculhava os tesouros roubados de vários viajantes, seus servos apareceram com a aquisição mais recente da corte: o baú cuidadosamente coberto de Srinivasa, “o baú das jóias mais preciosas”. Virhamvir deixou tudo o mais de lado e agitadamente descobriu sua mais nova posse roubada. Tendo ouvido as profecias, ele mal podia imaginar que sorte de esplendor o aguardava. Em um momento de suspense, ele removeu o tecido que cobria o baú e o abriu revelando seu conteúdo: manuscritos.

Onde estava o tesouro de valor inimaginável? Removendo o manuscrito do topo em completa descrença, o rei viu a assinatura “Sri Rupa Gosvami” escrita sobre uma folha de palmeira. Quando examinou mais a fundo e começou a ler a belíssima exposição de Sri Rupa da filosofia Vaisnava, ele sentiu algo mudar profundamente em seu íntimo. Ele reverencialmente retornou o livro ao baú e recolheu-se para a noite, ciente de que havia cometido um grande pecado.

Srinivasa Aparece em um Sonho

Nessa noite, o rei teve um sonho incomum. Ele viu uma personalidade bela e refulgente cujo corpo era repleto de energia divina. “Não se preocupe”, a pessoa disse com um sorriso amoroso. “Logo irei a Visnupura e nos encontraremos. Irei reaver meus manuscritos, e você se verá livre de todas as reações pecaminosas. Seu júbilo será ilimitado. Saiba com toda certeza de que você é meu servo eterno e que eu sou seu eterno benquerente”.

Na manhã seguinte, o rei acordou com uma nova disposição para a vida, aguardando o dia em que a misteriosa predição de seu sonho se concretizaria.

Enquanto isso, Srinivasa Acarya rumava para os arredores de Visnupura, onde se encontrou com um brahmana que ali residia chamado Sri Krsna Vallabha. Os dois se tornaram amigos, e Krsna Vallabha convidou Srinivasa a hospedar-se em sua casa. Gradualmente, Krsna Vallabha pôde entender a elevada posição de Srinivasa e se rendeu a ele como discípulo. Em uma ocasião oportuna, Krsna Vallabha mencionou que o rei regularmente organizava um grupo de estudo do Bhagavatam para todos que se interessassem. Srinivasa ficou curioso em relação à natureza da apresentação do Bhagavatam e pediu que Krsna Vallabha o levasse ao próximo encontro.

A Leitura do Bhagavatam

Quando chegaram, Vyasacarya, o pandita da corte, estava recitando e comentando o Bhagavatam. Srinivasa não se impressionou, mas não disse nada. No dia seguinte, eles encontraram Vyasacarya pontificando na mesma disposição do dia anterior. Após duas semanas ouvindo o pandita da corte, Srinivasa não pôde se conter, e, após o encontro, falou com Vyasacarya. “Senhor, você não segue o verso”, disse Srinivasa, “tampouco seus comentários são fiéis a Sridhara Svami e a outros comentadores modelo da filosofia bhagavata”.

Vyasacarya ouviu os comentários de Srinivasa, mas ignorou seu conselho. O rei, entretanto, que estava próximo, ouviu por acaso o que foi dito, o que considerou interessante.

Na narração do dia seguinte, Vyasacarya novamente tentou explicar a seção esotérica do Bhagavatam que delineia a rasa-lila de Sri Krsna.

Respeitoso, embora firme, Srinivasa interrompeu com uma pergunta: “Senhor, como você pode comentar sobre tópicos tão confidenciais sem se reportar as declarações de Sridhara Svami? Você é claramente desfamiliarizado com sua obra”.

Vyasacarya irritou-se. Ele não gostou de ser desafiado diante de sua assembléia bajuladora, a qual estava acostumada somente à sua peculiar forma de comentar o Bhagavatam. Antes que qualquer outra palavra fosse proferida, contudo, o rei começou a defender a posição de Srinivasa: “Por que este brahmana entendido encontra falhas em sua explicação? Talvez suas interpretações sejam questionáveis”.

“Quem poderia interpretar os versos melhor do que eu?”, o arrogante Vyasacarya respondeu. “Este recém-chegado é muito pretensioso; ele ousa questionar-me na presença de Vossa Majestade”.

Ele então se voltou para Srinivasa: “Se você é tão grande autoridade no Bhagavatam”, ele disse, “por que você não se senta aqui e explica estes versos de uma maneira melhor?”.

Srinivasa aceitou o desafio. Ele cantou os versos do Bhagavatam muito belamente e então os comentou com grande arroubo e autoridade. Ele discursou com base em explanações Vaisnavas já existente, mas, mesmo assim, ofereceu uma apresentação pessoal única. Ninguém jamais ouvira uma enunciação tão magistral da filosofia bhagavata.

O rei o encorajou a prosseguir, permitindo que falasse por muitas horas. Quando terminou, toda a assembléia aplaudiu, extasiada com o contagiante amor de Srinivasa por Krsna. Vyasacarya não podia acreditar em seus ouvidos. Ele fora derrotado, mas estava feliz.

O rei Virhamvir foi imensamente tocado. “Ninguém jamais veio a este reino e compartilhou tanto amor e tanta sabedoria quanto você”, ele disse a Srinivasa. “Por favor, diga-me o seu nome e de onde você é”.

“Meu nome é Srinivasa, e sou natural deste país”, disse Srinivasa. “Vim aqui a fim de ver vossa magnífica corte e para saborear o Bhagavatam”.

O rei então lhe deu as melhores acomodações do palácio e o convidou a ficar por quanto tempo quisesse.

O Rei se Rende

Posteriormente naquela noite, o rei convidou Srinivasa a jantar com ele, mas Srinivasa disse que comia apenas uma humilde refeição por dia, e que já havia comido. No entanto, Virhamvir o encorajou a se servir de algumas frutas, o que ele aceitou, não querendo ofender seu distinto anfitrião.

Enquanto Srinivasa comia suas frutas, o rei sentou-se ao seu lado como um humilde criado. O rei jamais se sentira assim diante de ninguém: Srinivasa era aquela refulgente personalidade que ele havia visto em seu sonho – seu guru – e ele queria prestar algum serviço subalterno.

Nessa noite, ele ouviu Srinivasa repetindo o nome de Krsna em seu quarto. Parecia que Srinivasa não havia dormido. “Aí está um santo genuíno”, pensou o rei. “Ele está simplesmente absorto no nome de Deus”. Com esse agradável pensamento, o rei adormeceu, ouvindo a bem-aventurada voz de Srinivasa Acarya no quarto ao lado.

No dia seguinte, na grande assembléia, Srinivasa novamente falou com base no Bhagavatam. Mais uma vez, a ávida e ansiosa audiência desfrutou cada palavra. Srinivasa impressionou todos aqueles que ouviam. Cronistas do evento relatam que “mesmo as paredes de pedra do salão pareciam derreter de emoção”. Srinivasa palestrou com erudição, sensibilidade e devoção, honrando Seus predecessores Vaisnavas, e todos aqueles presentes concordaram que a sabedoria do orador excedia em muito sua idade. Uma a uma, as pessoa iam até Srinivasa e se curvavam a seus pés com a esperança de tornarem-se discípulos dele.

Em seguida, o rei submeteu-se a Srinivasa como um humilde mendicante: “Você é o verdadeiro rei”, ele disse, “pois você tem amor por Krsna. Sequer sou digno de estar em sua presença”.

Srinivasa, com toda a humildade, apenas balançou sua cabeça; ele não era capaz de reconhecer sua posição exaltada. O rei, todavia, insistiu: “Permita que eu seja seu servo. Por favor! Como posso servi-lo? Todo o meu reino está à sua disposição”.

“Vim da cidade sagrada de Vrndavana com uma missão atribuída por Gopala Bhatta Gosvami e Jiva Gosvami”, Srinivasa respondeu. “Eu supostamente deveria levar seus escritos para a Bengala, mas, infelizmente, esse tesouro foi roubado dentro de vosso reino. Caso eu não seja capaz de reaver esses livros, eu preferiria perder minha vida. Podeis me ajudar a reavê-los?”.

O rei se desfez em lágrimas. “Um desprezível verme eu sou”, ele disse, “perdido desamparadamente nesta terra de nascimentos e mortes. Meus próprios homens saquearam por muitos e muitos anos sob a minha ordem, até que, um dia, foram até o seu grupo. Fomos informados de que você carregava o maior tesouro do universo, e nós naturalmente o desejamos. Não sou capaz de expressar meu pesar”.

Refletindo por um momento, o rei disse: “Mas há um lado positivo nisso tudo. Nosso encontro não teria se dado de outro modo. Eu cometeria esses pecados repetidamente por um simplesmente momento de sua associação”.

Srinivasa riu e assegurou ao rei que uma vida pecaminosa era desnecessária para se obter sua associação. Srinivasa então perdoou o rei por todos os seus pecados e pediu que ele não mais pecasse.

Os Livros Estão a Salvo!

O rei conduziu Srinivasa à sala onde seus tesouros eram guardados, e Srinivasa viu o baú com a literatura dos Gosvamis. Srinivasa extasiou-se e removeu a guirlanda de flores de seu próprio pescoço e a colocou no rei Virhamvir. Srinivasa pediu ao rei que lhe trouxesse folhas de Tulasi, guirlandas de flores, pasta de sândalo e outros artigos para adorarem os livros sagrados. O rei trouxe tudo, e, após a adoração, foi realizada sua cerimônia de iniciação. Recitando no ouvido do rei o maha-mantra – Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare – Srinivasa o iniciou.

De acordo com o Prema-vilasa, Srinivasa lhe deu o nome de Haricarana Dasa. Jiva Gosvami, posteriormente, mostrou misericórdia especial para com o rei escrevendo-lhe uma carta na qual o renomeava como Caitanya Dasa. A esposa do rei, a rainha Sulaksana, e o filho deles, o príncipe Dhari Hamvir, também se tornaram servos rendidos de Srinivasa Acarya. O nome de iniciação da rainha é desconhecido, mas o garoto passou a se chamar Gopala Dasa. Krsna Vallabha e Vyasacarya também se tornaram discípulos dedicados.

Visnupura como um Núcleo Vaisnava

A iniciação do rei e de seus fiéis súditos foi um importante acontecimento na história da tradição Gaudiya. Visnupura logo se tornou um grande núcleo do Vaisnavismo. Em toda a Índia, somente em Vana Visnupura a cultura e a arte Gaudiya-Vaisnava se desenvolveram sem influências estrangeiras e distrativas. Mesmo a intrusão muçulmana era mínima. Consequentemente, a arte arquitetônica e escultural da Bengala, do começo do século XVII em diante, não se encontra em nenhum outro lugar em tamanha abundância e em tamanha originalidade e pureza como nos monumentos Vaisnavas de Visnupura. Esta é uma das muitas virtudes do patronato régio.

O rei Virhamvir reinou de 1596 a 1622, e, nesse período, escreveu muitas canções em louvor a Krsna, ao Senhor Caitanya Mahaprabhu e a Srinivasa Acarya. Muitos de seus refinados poemas podem ser encontrados no Bhakti-ratnakara e no Pada-kalpataru. A bela voz do rei, refletida em seu trabalho literário, ajudou-o em sua missão de disseminar o Vaisnavismo ao longo de seu domínio.

Srinivasa concluiu assim sua missão em Visnupura. Ele escreveu a Jiva Gosvami relatando que não só havia recuperado os livros, mas que o principal ladrão, um rei, havia aderido ao Vaisnavismo Gaudiya. Todos em Vrndavana regozijaram-se e cantaram as glórias de Srinivasa Acarya. O rei Virhmavir e todo o seu reino estavam agora convertidos ao Vaisnavismo, e Srinivasa estava desenvolvendo um importante centro ali.

Tradução de Bhagavan dasa (DvS) – Outras traduções disponíveis em
<http://www.devocionais.xpg.com.br/> www.devocionais.xpg.com.br

(em anexo partes 1 e 2)

Krishna.com

Srinivasa Acarya: A Corporificação do Amor do Senhor Caitanya

Srinivasa Acarya: The Embodiment of Lord Caitanya’s Love

por Satyaraja Dasa

(parte 3 de 3)

Ladrões trabalhando para o rei de Visnupura haviam roubado os inestimáveis manuscritos que Srinivasa e seus amigos estavam levando para a Bengala. Srinivasa, portanto, enviou seus companheiros à frente enquanto que ele próprio permaneceria em Visnupura. Por fim, ele recobrou os manuscritos, tornou o rei seu discípulo, e o inspirou a disseminar a consciência de Krsna pelo reino.

Agora, Srinivasa precisava ver seus queridos amigos Narottama e Syamananda novamente. Ele lhes havia escrito sobre os desenvolvimentos em Visnupura, mas ele sabia pouco do que seus amigos estavam fazendo. Ele ouvira que seu professor Narahari Sarakara Thakura estava doente e preparando-se para morrer, em virtude do que desejou ir a Srikhanda para vê-lo, e a Jajigram, próxima a Srikhanda, para ver sua mãe idosa.

Srinivasa Retorna a Jajigram

Após despedir-se do rei Virhamvir, Srinivasa partiu para Jajigram com o baú de livros. Chegando lá, narrou aos devotos o que havia acontecido. Toda a população da cidade sagrada, especialmente sua mãe, regozijaram-se ante a oportunidade de terem sua companhia. Eles, todavia, também lhe tinham novas desalentadoras: Srimati Visnupriya havia deixado este mundo. Srimati Visnupriya era a viúva de Sri Caitanya, uma pessoa importante na missão de pregação na Bengala. Ao ouvir acerca de sua partida, Srinivasa desfaleceu, e os devotos tiveram de revivê-lo e consolá-lo.

Transcorridos alguns dias, uma mensagem chegou de Narahari Sarakara e de Raghunandana Thakura solicitando que Srinivasa fosse a Srikhanda. Srinivasa partiu imediatamente para ver esses dois benquerentes que o haviam orientado em sua juventude. Durante esse encontro, Narahari sugeriu que Srinivasa se casasse.

“Sua mãe é uma grande devota”, Sri Narahari disse. “Ela presta valioso serviço em Jajigram já há muitos anos. Você deve satisfazer qualquer pequeno desejo que ela possa ter. Sei que ela se alegraria vendo-o casado. Como ela é uma grande devota, você deveria atender o desejo dela”.

Ouvindo isso, Srinivasa decidiu casar-se e constituir família.

Após permanecer mais alguns dias em Srikhanda, Srinivasa partiu para Kanthak Nagara a fim de visitar o grande Gadadhara Dasa, um dos associados pessoais de Caitanya Mahaprabhu. Quando Srinivasa chegou, Gadadhara Dasa o abraçou afetuosamente. Ele perguntou a Srinivasa sobre os devotos de Vrndavana, especialmente sobre os Gosvamis: Como eles conseguiam viver separados do Senhor e de seus devotos confidenciais? Onde estavam vivendo, e sob quais condições? Gadadhara Dasa e Srinivasa conversaram sobre Caitanya Mahaprabhu e sobre a condição difícil de Seus devotos em Sua ausência.

Após o transcorrer de muitos dias, Srinivasa retornaria para Jajigram. Antes de partir, entretanto, Gadadhara Dasa o abençoou: “Um dia, você saboreará o néctar do canto congregacional na companhia do próprio Senhor e na companhia de Seus associados íntimos. Por ora, você tem minhas bênçãos para se casar. Que isso lhe traga toda boa fortuna”.

Srinivasa Contrai Núpcias

As palavras de Gadadhara Dasa tocaram Srinivasa. Meditando no significado delas, ele retornou a Jajigram, onde se encontrou com Gopala Cakravarti, um brahmana idoso com uma filha bela e devotada de nome Draupadi. Observando que Srinivasa e Draupadi estavam atraídos um pelo outro, Sri Raghunandana Thakura arranjou o casamento.

Após o casamento, Draupadi recebeu o nome de Isvari (alguns dizem ser o seu nome de iniciação), honrando a devoção dela por Deus e reconhecendo seu casamento com um grande santo. Seu pai, Gopala Cakravarti, logo aceitou Srinivasa como seu mestre espiritual, o que também fizeram os dois irmãos dela, Syama Dasa e Ramacandra. Srinivasa logo se tornou um dos gurus mais proeminentes de toda a Bengala.

Passado algum tempo, Isvari engravidou, e quando Srinivasa escreveu sobre o evento para Jiva Gosvami em Vrndavana, Jiva enviou uma resposta exuberante e deu ao menino o nome de Vrndavana Vallabha. Posteriormente, Srinivasa se casou mais uma vez (poligamia era algo comum na época). Sua segunda esposa, Padmavati, também era uma grande devota, e, após ser iniciada, passou a ser conhecida como Gauranga Priya.

Alguém talvez se pergunte por que Srinivasa aceitou uma segunda esposa. A maioria das biografias padrão não elaboram sobre isso, declarando apenas que a segunda esposa seguiu a primeira após alguns poucos anos somente. Mas o Anuragavali nos informa que seus discípulos mais íntimos pediram que ele se casasse novamente após a morte de seus dois filhos com Isvari. É dito que eles morreram jovens.

Isvari teve três filhas – Hemlata, Krsna Priya e Kancana, também conhecida como Yamuna. Gauranga Priya teve um filho, Gati Govinda. Tanto Isvari quanto suas filhas tiveram, posteriormente, muitos discípulos, e se diz que a linhagem sangüínea de Srinivasa ainda prossegue em Vrndavana a partir de Gati Govinda.

A Partida de Narahari Sarakara

Algum tempo após o casamento de Srinivasa, Narahari Sarakara Thakura deixou o mundo, tendo visto Srinivasa uma última vez. Srinivasa organizou um grande festival para honrar a memória de Narahari. Todos de Srikhanda e de vilas vizinhas compareceram, e festivais Vaisnavas logo se disseminaram pela região. Cerimônias para a instalação de pequenas Deidades de Krsna se davam com elaboradas festividades, incluindo canto, dança e compartilhamento de alimento sagrado (prasadam). Por meio de tais festivais, o movimento Hare Krsna se espalhou pela Bengala.

O Discipulado de Srinivasa

Quando apropriado, Srinivasa decidiu retornar a Vrndavana. Ramacandra Kaviraja, um de seus mais renomados seguidores, acompanhou-o nessa viagem. Ramacandra era considerado “o braço direito” de Srinivasa. Ramacandra e seu irmão, Govinda, que também era discípulo de Srinivasa, eram os filhos de um associado íntimo do Senhor Caitanya. Tanto Ramacandra como Govinda eram estudiosos, artistas e poetas célebres, mas Ramacandra foi amplamente aceito como o discípulo mais notável de Srinivasa. Isso se deu, em certa medida, em virtude de Narottama Dasa Thakura, que, ao pedido de Srinivasa, encarregou-se de Ramacandra e iniciou uma amizade próxima com ele enquanto ensinando-lhe todos os detalhes da filosofia Vaisnava.

Com o auxílio do rei de Visnupura, Virhamvir, Srinivasa propagou sua pregação na Bengala aos distritos de Birbhum, Bankura, Burdwan; até Tripura, no leste. Ele ensinou por toda a Bengala e fez centenas de discípulos.

Hemlata Thakurani

Na lista de seus discípulos proeminentes, frequentemente figura Hemlata Thakurani, sua filha. Ela não poderia, em razão meramente da relação sangüínea, ser considerada uma discípula, mas ela foi de fato uma das pessoas que mais notavelmente seguiram Srinivasa Thakura. Como uma pregadora altamente instruída e vigorosa, ela foi e é comparada à venerável Jahnava Devi no que diz respeito à propagação do movimento ao longo da Bengala. Ela foi uma líder talentosa e devotada, iniciando tanto homens como mulheres na tradição Gaudiya Vaisnava. Um de seus discípulos, Yadunandana Thakura, tornou-se famoso como estudioso e poeta. Ele compôs versificações bengalis simples de literaturas Gaudiyas, algumas ante o pedido pessoal dela.

No devido tempo, ela se casou com um grande devoto e teve muitos filhos. Hoje, seus descendentes vivem nas vilas de Maliati e Budhaipad, no distrito de Mursidabad da Bengala, onde revolucionou a pregação do Vaisnavismo Gaudiya.

Srinivasa Retorna a Vrndavana

Srinivasa não havia ido a Vrndavana desde que recuperara os livros roubados. Os Gosvamis estavam ansiosos por mostrar sua apreciação, e, quando Srinivasa chegou, eles o fizeram gloriosamente. E agora Srinivasa havia chegado a Vrndavana com Ramacandra Kaviraja. Um discípulo tão conceituado mostrava o mérito de Srinivasa como pregador. Assim, Gopala Bhatta Gosvami, que queria que Srinivasa assumisse a adoração da Deidade de Radha-Ramana em Vrndavana, atribuiu esse dever a outro discípulo seu, Gopinatha Pujari, e insistiu que Srinivasa continuasse pregando na Bengala. Os descendentes dos irmãos de Gopinatha ainda são os responsáveis pelo templo de Radha-Ramana. Syamananda Pandita retornou a Vrndavana aproximadamente na mesma época que Srinivasa, o que permitiu que aprofundassem sua amizade. Juntos, eles deram continuidade a seus estudos. Gradualmente, Srinivasa começou a revelar sua potência mística, e tornou-se evidente que ele estava completamente absorto no mais íntimo amor a Deus.

De Volta a Visnupura

Mas o trabalho missionário estava incompleto, e, após muitos meses, Srinivasa e os demais retornaram à Bengala, encorajados pelos Gosvamis de Vrndavana. No caminho, eles pararam em Vana Visnupura a fim de ver o rei Virhamvir, que se deleitou com a presença de seu guru e dos outros devotos. A devoção do rei se propagou ao longo do reino. Nas palavras de D.C. Sen:

O raja Vira Hamvira não faria nada sem o conselho de seu guru [Srinivasa Acarya], mesmo em assuntos políticos. Sua voz [de Srinivasa] prevalecia igualmente na corte e nos círculos domésticos de Visnupura. Encontramos que a repetição do nome de Deus um número determinado de vezes tornou-se algo compulsório pela lei penal do Estado. O sacrifício de animais no altar dos deuses também foi desencorajado, embora não efetivamente proibido por lei. Dignidade mundial se recaía sobre o guru que trouxera glória espiritual ao país. Encontramos que, em toda ocasião de festividades Vaisnavas de qualquer importância, valiosos presentes eram dados a Srinivasa, ao mesmo tempo em que o raja Vira Hamvira estava sempre pronto para servir a favor de seus confortos físicos de todo modo possível. Todavia, fiel às tradições de um santo e estudioso bramânico, Srinivasa contentava-se em viver em uma cabana de teto de palha, conquanto pudesse ter construído palácios com a ajuda do raja e de outros discípulos influentes. O dinheiro que recebia era gasto principalmente para alimentar seus discípulos, dos quais sempre havia um grande número residindo na casa dele.

As Glórias de Visnupura

A difusão da consciência de Krsna na Bengala, especialmente em Visnupura, manteve-se bem após o período de Srinivasa e nos séculos que se seguiram. O sucessor do rei Virhamvir, Raghunatha Singh I, construiu templos Vaisnavas em muitas vilas distantes de sorte a popularizar a consciência de Krsna entre o povo tribal. De fato, os reis de Visnupura, do tempo de Virhamvir em diante, assumiram grande responsabilidade pelo bem-estar material e espiritual de seus súditos.

De acordo com o Dr. Sambidananda Das:

Em resumo, os reis Vaisnavas, de Vira Hamvira em diante, desenvolveram a cultura Vaisnava em todos os seus ramos. As vidas religiosas práticas dos reis [...] fizeram o povo de Visnupura tementes a Deus, virtuosos, humildes, corteses e de coração puro. Não é algo fácil tornar uma população inteira feliz e piedosa. [Mas] o povo considerava seus reis como seus gurus. Até a atualidade, é costume deles, na ocasião de adoração pública, oferecer comestíveis ao altar de Sri Caitanya em nome do rei. Deste modo, Srinivasa começou fortemente, através do raja Vira Hamvira, uma nova época na vida religiosa do país.

As Atividades Diárias de Srinivasa

As atividades de Srinivasa Acarya poderiam preencher volumes de livros, o que de fato fizeram. Muitas obras oferecem detalhes de sua vida diária em Visnupura e em Jajigram.

Cedo pela manhã, ele lia livros escriturais, explicando e interpretando-os para seus discípulos. O estudo desses livros ocupava-o até as dez horas da manhã. Então, até as duas da tarde, ele cantava sozinho em suas contas, ocasionalmente adorando Krsna de acordo com sua meditação interna. Das quatro às seis horas da noite, ele fazia canto congregacional com seus discípulos. A forma de kirtana pela qual ele ficou famoso se chama Manohar Soy, e alguns dizem que se trata do único estilo clássico e autêntico que sobrevive na atualidade. À noite, ele costumava instruir seus discípulos econversar com eles sobre os passatempos de Krsna.

Sua Contribuição Literária

É dito que Srinivasa compôs apenas cinco canções. Ele também escreveu um comentário – estudado e respeitado ainda hoje – aos quatro versos essenciais do Srimad-Bhagavatam. Outras obras suas incluem o famoso Gosvamy-astakam, “Oito Preces aos Seis Gosvamis”. Embora sua contribuição literária seja de pouca monta, o conteúdo e o estilo da mesma são deveras nectáreos, e marcaram de forma ímpar a tradição Gaudiya.

Ascensão Divina

Assim como os biógrafos autorizados de Sri Caitanya Mahaprabhu deixam de lado os detalhes de Sua partida deste mundo, os seguidores de Srinivasa mantém-se em silêncio quanto ao desaparecimento de Srinivasa. Entretanto, embora sua ascensão divina permaneça um mistério, sua vida permanece uma inspiração.

Tradução de Bhagavan dasa (DvS) – Outras traduções disponíveis em <http://www.devocionais.xpg.com.br/> www.devocionais.xpg.com.br


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jueves 11 de marzo de 2010

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